Amanhece mais um dia em Ribeirão Preto. É domingo. Porém, para muitos, não é um domingo qualquer. Por volta das 10h da manhã, boa parte da população ribeirão-pretana se reuniu no centro da cidade para se manifestar. Existem estimativas de que aqui se reuniram por volta de 60 mil pessoas.
Durante a caminhada, os dizeres eram muitos. Entre eles, repúdios à corrupção, ao ex-presidente Lula, à atual presidente Dilma Roussef e ao Partido dos Trabalhadores. Os elogios foram destinados principalmente à Polícia Federal e ao Juiz Sérgio Moro.
Durante todo o ato, muitos manifestantes afirmaram não ser a favor de partido algum, mas sim, a favor do Brasil. Houve também manifestações voltadas para orgãos locais, como um cartaz com os dizeres “Juiz Sergio Moro, investigue a prefeitura, a Transerp e o Fórum de Ribeirão Preto”. Sem surpresas, foi localizada uma manifestação tímida e isolada dizendo “Bolsonaro presidente” e “Polícia Militar, heróis de São Paulo”.

Para saber o que pensam os manifestantes, o Ócios de Ofício, então, entrevistou alguns. Entre eles, a professora da Pós-graduação da Unesp de Araraquara, Marisa Gianecchinni.

Ócios de Ofício: Marisa, o que motivou você a vir até aqui?
Marisa: Em primeiro lugar, toda a minha formação foi em escola pública, paga com dinheiro do povo. Devo ao povo brasileiro uma resposta a tudo o que ele investiu na minha educação. Estou aqui pelo povo. Em segundo lugar, tem que repercutir o mérito. Subir por mérito, crescer por mérito. É o que quero e pelo que vou lutar.
Ó. O.: Você acha que esse movimento vai ter algum tipo de repercussão?
Marisa: Acho. Tem que ter. O que move o homem é a crença. Se nós não acreditarmos, não mudamos nada. É pela crença que eu estou aqui e quero devolver pro Brasil tudo o que eu recebi com o dinheiro do povo. Fui educada com o dinheiro do povo. Agora quero que os outros tenham os direitos que eu tenho.

O servidor público, Cássio Silva Benevides, também se mostrou esperançoso com os protestos.
Ó. O: Cássio, qual sua opinião sobre essa manifestação?
Cássio: Acho que é importante a manifestação pública, porque o descontentamento não é de um só, é geral. Acho que estar aqui é fundamental para alguma mudança no país. Acho que vale a pena, que tem uma repercussão. As coisas só mudam a partir do momento em que você luta por elas.
Já o estudante de Administração da Unaerp, Heitor Fantinatti, não se mostrou tão confiante quanto à repercussão do movimento.

Ó. O.: Heitor, o que fez você vir até aqui hoje?
Heitor: Eu acho que na situação que o país está hoje, a gente não pode ficar em casa só assistindo. Temos que ir para a rua, pelo menos para demonstrar que estamos insatisfeitos com o que está acontecendo. Se vai dar resultado ou não, vai além do que a gente pode fazer. Mas pelo menos aqui a gente tem que estar.
Após quase 3 horas de manifestação, o destaque foi uma das últimas pessoas que subiu ao palanque. Primeiramente, afirmou que o movimento não era a favor ou contra qualquer partido. No entanto, acabou proferindo o nome do ex-prefeito Gasparini. O povo, indignado, vaiou.
Hino nacional. Rojões. Assim terminou a manifestação do dia 13 de março de 2016.

Parabéns pela matéria.
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