Por Kelvin Peroli
À tua alma esplandeceram mil impérios,
Prosperara outrora a fortuna, posto que d’ouro provém tua origem.
A Babilônia esvaíra-se de toda luz, frente a frente ao testemunho de tua grandeza.
À tua desonra, a sensatez iluminara os povos dos teus caprichos.
Vaidade tua não trilhara fértil primavera, sendo chama pretérita, deserto insólito.
Filhos de Mitra não mais veneravam doce encanto d’outra realidade:
colheram a si transmutação amarga de consolidado engano.
Oásis belíssimos foram tua morada,
fortalezas em mármore a ti foram erguidas.
Quão autêntica fora tua acepção de amores?
Foram amores ausentes da purificação singela, interesses de cobiça e depravação.
Serpentes altivas da Pérsia ergueram solar magnânimo:
intentaram declinar todo o teu poder!
Nada mais restara, senão Eufrates árido debaixo de tua possessão.
Nada mais florira nos Jardins Suspensos sobre a cálida primavera árabe.
Incenso que d’antes sagrado, turbara aos confins dos tempos a peste,
Peste de tua significância.
Filhos de Mitra aguardam a chegada dos teus oponentes ao lado d’aurora.
A guerra nada perecerá senão tua deletéria persona.
Em tua terra mil florescentes impérios serão erguidos.