Por João Victor Garcia Mariotti
Mesmo com políticas públicas de redemocratização no setor da educação, o Brasil ainda possui muitas dificuldades na estabilização da estrutura do Ensino Médio. A evasão escolar, a desvalorização do docente e exigências absurdas para o ingresso no meio universitário geram duvidas sobre o real legado da educação na vida do jovem brasileiro.
É fato que a educação brasileira não é motivo de orgulho para a população. Um dos maiores desafios das escolas públicas é manter o foco dos estudantes no currículo disciplinar. A falta de direcionamento profissional que permeia a vida dos estudantes faz com que eles percam o interesse pelo estudo e acabem por, muitas vezes, partir precocemente para o mercado de trabalho, na ânsia de progredir financeiramente de modo imediatista. Realidade distante das escolas privadas, onde o aspecto econômico é de maior qualidade e desse modo uma abordagem direcionada ao ingresso nas universidades é mais fácil de ser aplicada.
Outro fator que contribui para a deficiência estrutural do Ensino Médio é a imagem desgastada dos professores. Obrigados a exercer a profissão em troca de baixos salários – o que leva muitos a trabalharem em mais de uma escola simultaneamente-eles esbarram em uma massa de alunos desinteressados e na estrutura precária dos prédios escolares. Totalmente desestimulados, acabam por se corromper com tamanha defasagem educacional.
Somado a isso, um dos maiores motivos de desinteresse dos jovens que desistem do ambiente escolar e do medo daqueles que visam o Ensino Superior é o alto nível de conhecimento que os vestibulares exigem. O requisito mínimo é o conhecimento de todas as áreas de ensino aplicadas durante todo o Ensino Médio, mesmo que muitas em nada a ver tenham com o curso escolhido pelo curso escolhido pelo candidato. Essa realidade vem mudando gradativamente com programas que facilitam a acesso ao ensino superior, mas ainda é um empecilho.
Dado isso, conclui-se que é necessária uma reforma na estrutura do Ensino Médio brasileiro. O Ministério da Educação, em conjunto com os Governos Estaduais deve promover uma flexibilização no currículo escolar, tornando-o mais prático no sentido de dinamizar as aulas e evitar ao máximo que elas se tenham à teoria. É importante também o aumento no salário dos professores para que estes não se extenuem trabalhando em vários locais ao mesmo tempo, além de mudanças nos vestibulares, para que estes cubram somente o necessário para a carreira pretendida pelo jovem. Essa maior intervenção estatal na educação proporcionará cada vez mais democratização no setor e contribuirá fundamentalmente para o aumento no Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, do Brasil.