Embora as pautas do movimento LGBT+ estejam cada vez mais nos holofotes da mídia, ainda há muito medo de um indivíduo militar na causa LGBT+, medo do preconceito e não apenas aquele preconceito manifestado em agressão física/verbal, de fúria, mas também aquele preconceito velado, aquele olhar torto ou aquela consideração feita apenas – e somente porque – aquela pessoa se auto-intitula LGBT+.
O coletivo LGBT+ da FDRP ainda é um coletivo em processo de estruturação. No ano de 2017 realizamos um grande evento chamado “Semana da Diversidade” que foi um imenso sucesso. Também foi criada a página do Coletivo no Facebook, a fim de nos aproximarmos com outros Coletivos e com o público. Anteriormente já havia movimentação LGBT+ na faculdade e o Coletivo já tinha seus primeiros traços, embora não estruturado da forma que aconteceu em 2017.
Quanto ao nome, “Coletivo LGBT+ da FDRP”, foi pensada a sigla LGBT+ pois gostaríamos de ser inclusivos e sabíamos que mesmo colocando muitas letras, provavelmente deixaríamos movimentos de fora, daí o “+” (Embora saibamos que a invisibilidade atinja cada parcela de forma diferente). Também foi pensado em substituir o nome pelo nome de uma pessoa LGBT+ reconhecida midiaticamente mas novamente a questão da invisibilidade e representatividade foi trazida, então por fim, decidimos manter – mesmo que talvez provisoriamente – o nome que hoje adotamos.
A questão da estruturação do Coletivo e principalmente a promoção de eventos com a temática LGBT é muito importante em todos os espaços, mas nossa proposta acontece principalmente no espaço universitário. Mas por que isso seria tão importante se – como já dito anteriormente – as pautas do movimento LGBT+ estão cada vez mais nos holofotes da mídia? Qual a necessidade se essa promoção já acontece? A principal questão é a de que a exposição midiática nem sempre condiz com as realidades presentes na vivência do âmbito universitário. Logo, a fim de acolher as pessoas, construir identidade e de alguma forma retribuir à sociedade, o Coletivo tem esse compromisso de expor vivências, de trazer pautas e demandas dos mais diferentes indivíduos para que assim, e apenas assim, possamos ser Coletivo.
É importante pontuar que em quase 500 alunos na Faculdade, cerca de 15% se aproximam do Coletivo LGBT+ de alguma forma; também é importante dizer que assumir-se LGBT+ (sendo aluno, docente ou funcionário da FDRP) é ainda um desafio, um ato político, um ato de coragem que esperamos incentivar. Representatividade é importante, sentir-se acolhido num ambiente como a universidade também o é, para tanto, esperamos continuar nos estruturando para podermos suportar as violências e juntos fazer com que os LGBT+ da FDRP (e não apenas dela) possam sentir-se seguros para ser quem são.
Temos consciência que somos um grãozinho de areia na praia, mas estamos tentando. Convidamos todas e todos a tentar conosco também.
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