
Por Flávia Gomes (Dora) – T XII
Esse poderia ser um texto falando sobre como tanto a UFBA, quanto a UNB e a UFF são consideradas faculdades de excelência dentro, e fora, do Brasil e que, portanto, nada justifica um corte de 30%. Poderia ser um texto falando sobre como esse corte é inconstitucional. Poderia ser um texto falando sobre como o governo quer desmontar a nossa educação. Contudo, vai ser um texto sobre justificativas, obrigada.
30% a menos para UFBA, talvez por ter erguido uma bandeira contra Bolsonaro durante as eleições. Talvez, porque recebeu o encontro da UNE. Talvez porque, desde o início do ano, a UFBA já contou com cinco protestos contra as medidas retrógradas do governo.
30% a menos para UNB, talvez porque, há um ano atrás, os estudantes e servidores da universidade tenham fechado a Esplanada dos Ministérios, contra, exatamente, corte de orçamentos. Talvez porque, em outubro, tenham parado a universidade em um protesto contra Bolsonaro. E talvez porque, mais recentemente, tenham se posicionado contra as reformas do atual governo.
30% a menos para UFF, talvez por ter estendido uma bandeira antifascista no seu prédio principal. Talvez porque fizeram protestos durante uma semana inteira contra o presidente. Mas então resolveram dar 30% a menos para todas as universidades federais. Talvez, porque é mais fácil silenciá-las do que ouvir o que elas têm a dizer. Talvez, por conta da quantidade de críticas que elas fazem. Talvez, porque é de lá que saem as pessoas que realmente pensam nesse país. Ou talvez, como já diria Leci Brandão, é na sala de aula que se muda uma nação.
E se todos esses “talvez”, no dicionário governamental, significam “balbúrdia”, então nós todos balburdiaremos.